domingo, dezembro 02, 2007

Pobreza

Todas as noites de fim de semana ouço aquela frase:
"-Menina olhe aquele troquinho para a sopinha...".
Digo num tom frio: "não tenho" e sigo o meu caminho.Acelero o passo, fujo de mais frases daquele género. Quando chego a casa e tenho a minha sopa quente, penso que sou má em não partilhar e ao mesmo tempo boa em não o habituar à dependência.
A pobreza está nas ruas do Porto como a batata está para a sopa.
O Porto feliz foi-se e agora a tristeza e a miséria dividem-se entre arrumadores, pedintes e assaltantes.

1 comentário:

  1. A probreza está nas ruas, e cada vez mais se faz notar.. Também eu fico com esse sentimento ambíguo, por um lado o peso na consciência por não partilhar (um pouco que seja), e por outro a consciência tranquila de que não estou a contribuir para a dependência.

    Mas... e aqueles casos em que não há mesmo nada a fazer, e que dependem mesmo dessas pequenas ajudas? Como os conseguimos distinguir dos outros?! Incomoda-me isto... :s

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