sexta-feira, abril 04, 2008

Laura lia, Laura corria, gemia a cada latir que ouvia!
Tresloucada e vadia, uma coisa ela sabia, era só um pequeno detalhe da sua vida, que toda a diferença faria.
Naquela noite, a casa estava mais que sombria, quando num repente, de trás do frigorifico surge o Tomás, audaz e esguio que logo logo fez da varanda seu ninho e da cauda dela, bolotas para um esquilo. Envolveram-se em tal zas tras paz, que até os cães se babaram de alívio.
Já os galos cantavam, quando Laura, ainda cheia de folia, sentiu a ausência do pedaço de coração que lhe fugia.
Ela olhou em volta e ao lado da terrina do leite, viu um telegrama. Ainda tremeu, chorou, mas pegou nele cheia de firmeza e correu para o parapeito.
A cor do pelo estava associada ao agoiro, o que lhe dava um hábito fácil de lidar com finais fatídicos. Ela já esperava tudo, mas quando nada pior podia acontecer o Tomás escreve em letras garrafais:
“ERA DE NOITE, MAS EU SEMPRE FUI UM RATO! Desculpa...”
Não sei se foi logo de imediato, mas Laura sorriu, abriu a janela e miou, miou tanto, um miar primaveril que enlouqueceu os cães com tal folia, que saltaram a cerca e correram. Correram até ela e gritaram: NÓS SEMPRE FOMOS CÃES E AGORA? Esperamos pela noite?

3 comentários:

  1. Oh melher.... resumindo e concluindo: quem é que comeu quem ???


    BJ

    ResponderEliminar
  2. M&M...todos queriam comer a gata laura...primeiro foram os ratos e depois os cães tb quiseram festa!lol

    ResponderEliminar