Encerraram lar em Valongo

Não sei se lembram de eu ter falado da minha tia que tem Alzheimer. Ela estava a chegar ao limite mesmo tendo a irmã a cuidar dela. Depois de muitos contactos, chegamos ao Lar. Onde a minha tia em semanas ficou uma pessoa diferente, mais activa, com muito menos falhas de memória, cara saudavel!
De todas as vezes que lá fui, sem ter necessidade de marcação. Apareci às mais variadas horas, como todas as visitas. Sempre assisti ao bem estar de todos, ao tratamento com carinho que todos enfermeiros tinham para com eles.
Havia um doente, que desde o primeiro dia que foi levado para lá, que queria ir embora, tentou fugir, mas a familia pedia para que ele lá ficasse porque não tinha como cuidar dele. Esse é o mesmo que dizem que está lá vitima de sequestro. Deixem ver se eu entendo bem esta acusação: A dona do lar, encontrou um velho doente na rua, sequestrou-o e agora pede dinheiro à familia para que ele viva lá em casa?! É isso? Por favor...
A única coisa que minha tia tinha queixa era da falta de actividades, estavam muitas horas sem fazer nada e como só ela e outro doente estavam no estado mais normal para aquela situação, não tinha muita gente com quem conversar ou passar o tempo. Ela própria tomava iniciativa e queria dobrar roupa, ou descascar batatas para se sentir útil.
É uma injustiça o que a antiga enfermeira do lar está a fazer. Foi despedida, o dinheiro que pediu para sair não lhe foi dado. Então resolveu fazer queixa da antiga patroa na base da vingança.
O hotel de 5 estrelas em que minha tia vivia foi acusado de não ter condições. A televisão só conseguiu filmar de fora, mas os jogos de interesses estão à vista de todos os familiares que sabiam na perfeição aquilo que estavam a pagar.
Mas há sempre o outro lado da história. Hoje a minha tia Cândida está no lar de 3ª idade de Valongo, encontrou amigas de sempre, vai ter karaoke e amanhã um magusto. Acho que vai estar ainda mais feliz, mas nem todos tiveram essa sorte!